Quando a estória quer ser história: João Guimarães Rosa na “era bossa nova”.

01 Pubblicazione su rivista
FINAZZI AGRO', Ettore
ISSN: 1125-1743

Apesar de alguns contos das Primeiras estórias terem sido escritos em momentos diferentes, a moldura que os enfeixa e os torna coerentes leva a olhá-los e a interpretá-los numa perspectiva eminentemente histórica, conectando o livro que os contém ao seu presente. O meu ensaio tenta, justamente, mostrar como Guimarães Rosa leia a sua contemporaneidade a partir dum anacronismo: duma “arqueologia” que se apresenta enquanto sistema hermenêutico duma época marcada pela exaltação do progresso. A fundação duma nova Pátria, simbolizada e depois concretizada na fundação duma nova Capital, leva, nesse sentido, o escritor a interrogar ainda – e como sempre – um passado recalcado para compreender o presente, sublimando ou revelando em palimpsesto a sua ideia duma comunidade “excogitada das camadas angustiosas do olvido”.

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